mércores, 30 de xuño de 2021

Coisas ... que estão acontecendo (2021-06-28)

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1) IMV versus RBUI:

Novas que não o são tanto: Um tribunal concedeu a Daniel, uma pessoa sem-fogar, o direito de cobrar o IMV integral, mas a Seguridade Social recorreu da sentença. Assegura que se deve ter em conta os seus ingressos de 2019, pelo que tem direito a uma prestação menor, quase a metade. Efetivamente, a estas alturas novas como esta, relacionada com Ingresso Mínimo Vital, já não nos surpreendem. A condicionalidade tem estas coisas, os teus direitos "dependem" duma burocracia que será, na melhor das hipóteses, legal, mas nunca justa.

Repito: se queremos justiça, a Renda Básica (Universal, Incondicional, Individual e Suficiente) não é apenas necessária, mas essencial.

https://www.eldiario.es/economia/seguridad-social-recurre-ingreso-minimo-vital-reconocido-hombre-hogar-tenia-ingresos_1_8068627.html


2) Manifestação pelos Serviços Públicos

Novas que são necessárias: Manifestação do Modepen o 27 de junho em Compostela pela defesa dos Serviços Públicos. Ver a nova:

https://www.nosdiario.gal/articulo/social/servizos-depenmais-medios-persoal/20210627181946124333.html


3) Capitalismo de "assholes"

Novas que descrevem um jeito de estar (muito bem) no mundo: A Comunidade de Madrid cumpriu todos os desejos solicitados pela OHL de demolir seis edifícios extraordinários dos séculos XIX e XX e transformá-los no epicentro do luxo madrilenho, mentres se finalizava a compra de Villar a Esperanza Aguirre dum cadro de Goya por cinco milhões de euros. Um exemplo perfeito de capitalismo de amiguetes, ou “ghilipollas” (não sei a tradução correta em galego) no sentido que tem teorizado Aaron James no seu livro “Assholes: a Theory"

https://www.eldiario.es/ cultura / goya -channels-cruzado-interesses-esperança-aguirre-villar-mir_1_8080357.html? mc_cid = 7de79bb46e & mc_eid = 63bd7c4f83

(Assholes:

https://www.bing.com/videos/search?q=youtube+Assholes%3a+La+teoria&docid=607999659347369582&mid=17FA65860A10B6F5004517FA65860A10B6F50045&view=detail&FORM=VIRE)


4) Imigração. A vergonha da Europa.

Novas que precisam de análise: notas soltas que vão compondo uma parte do quebra-cabeça duma política injusta e esgotada. A imigração ilegalizada:

Uma primeira nova, o "nãovaimais" da exploração de pessoas indefesas. Impotente por"ilegalizadas": Os exploradores contrataram estrangeiros baixo a identidade de terceiros. Deste jeito, mentres o trabalhador cumpria o seu contrato de trabalho que não respeitava o convénio coletivo agrícola, florestal e pecuário da Região de Múrcia, com o qual mal ganhavam um euro por caixa recolhida, a pessoa inscrita na Seguridade Social sem trabalhar podia aproveitar-se das prestações e subvenções, o que supõe uma fraude ao erário público.

https://www.publico.es/economia/detenidas-murcia-43-personas-explotar-campo-migrantes.html

Uma segunda nova: a Europa expulsa imigrantes, já o sabíamos e também que os expulsa ao inferno. Mas há infernos e infernos e a Líbia é um dos piores, um país que transformado por nós num inferno para sua população e ainda mais para os e as imigrantes. Em seis meses, perto de 13.000 pessoas foram devoltas a um país considerado Não seguro pela ONU. Médicos Sem Fronteiras parou de prestar assistência sanitária em dois centros oficiais de detenção trás o enorme deterioro da situação devido à massificação causada pelos retornos da Guarda Costeira da Líbia, financiada pela Europa.

http://www.publico.es/internacional/migrantes-libia-aumento-devoluciones-libia-agrava-violencia-migrantes-detenidos-centros-desbordados.html?

Uma terceira nova: Inglaterra (e Dinamarca) fixam a sua fronteira para solicitantes de asilo em... Ruanda.

https://elpais.com/internacional/2021-06-29/el-reino-unido-planea-retener-a-los-inmigrantes-irregulares-en-un-centro-fuera-del-pais.html

E uma verdade (uma mais) que desmente um discurso interessado: “... Não, a África não quer vir (maioritariamente) para a Europa. E sim, a teimosia em crer-lo corre o risco de reforçar discursos que a priori querem-se combater."

https://blogs.publico.es/otrasmiradas/50269/africa-no-ansia-europa-redefinir-las-narrativas-sobre-migracion/

5) Internacional. Processos que parecem enquistados:

Peru: A legalidade avança, mas tão amodo que dá nojo...

https://www.publico.es/internacional/fujimori-peru-justicia-peru-rechaza-recurso-fujimori-e-investigara-exasesor-padre-soborno.html

Myanmar: Os golpistas militares afiánzanse. Do jeito que sabem os militares, claro. A violência sexual contra as mulheres sempre foi uma arma "legítima" para eles:

https://www.publico.es/internacional/violencia-machista-onu-denuncia-violencia-sexual-detenidas-ejercito-birmano.html

França: A extrema direita derrotada? Pelos partidos tradicionais. Ou pela abstenção? A extrema direita não é uma solução à crise do neoliberalismo. Os partidos tradicionais tampouco.

Ela está a afastar-se dos valores fundamentais do partido”, disse Jean-Pascal Devaux, um eletricista reformado de Montdidier, na região de Hauts-de-France, ouvido pelo Politico. “Quando a ouço, parece que estou a ouvir uma candidata da esquerda. Está muito branda nas posições anticrime e contra a imigração.”

https://www.publico.pt/2021/06/27/mundo/noticia/uniao-nacional-marine-le-pen-derrotada-regiao-provenca-1968169


6) Análise: Neoliberalismo em crise

Assistimos a uma profunda reestruturação do capitalismo europeu e global. Reestruturação que, basicamente gira em torno da disputa pelos enorme quantidade de recursos mobilizados pelos governos e instituições comunitárias, a abertura de novos espaços de negócio em torno dos eixos "verdes e digitais", verdadeiros estandartes de fundos de recuperação europeus, a luta competitiva à escala global cujos principais atores são a China e os Estados Unidos, onde a Europa, consciente de ser um ator menor, pretende facerse com um espaço, e aceder a recursos básicos (petróleo, minerais, materiais ...), essenciais para a modernização das economias, cada vez mais escassos.

Neste contexto, é preciso ter em mente que os pilares básicos do capitalismo, que o definem como sistema, não só o que conhecemos como neoliberalismo, são mantidos e incluso reforçados.

https://blogs.publico.es/fernando-luengo/2021/06/29/el-neoliberalismo-y-el-capitalismo-han-entrado-en-crisis-y-tambien-se-reciclan/

E uma visão diferente:

https://www.eldiario.es/internacional/theguardian/neoliberal-terminando-estados-unidos-ahora_129_8084683.html?mc_cid=ad78fd53f6&mc_eid=63bd7c4f83


7) E um mapa do que conseguido e do muito que falta por conseguir no campo das Leis de igualdade sexual:

Fonte:https://ilga.org/es/mapas-legislacion-sobre-orientacion-sexual 


luns, 28 de xuño de 2021

Redes de transporte de energia elétrica

Continuo com o tema das elétricas. Num artigo anterior (1) escrevi desde a perspetiva do “tarifazo do 1º de junho”, as novas tarifas por tramos (a que me remito).

Neste pretendo fazer uma primeira aproximação às Redes de transporte de energia elétrica.

Em primeiro lugar, lembre-se que a Rede de transporte está composta por Alta, Média e Baixa tensão. No seu transporte há perdas, que são calculadas (economicamente) em 15% como explica este blogue. (2)

A necessária transição energética, com seu aumento na oferta e demanda de energia elétrica renovável para suprir a energia fóssil, deverá aumentar a capacidade de transporte dessas Redes.

Eduardo Bayona neste artigo em publico.es (3) oferece-nos um primeiro dado, que o “crescimento real nos próximos cinco anos da capacidade do sistema de distribuição atribuído às tecnologias verdes é de 48.663 megawatts que encarecerá em case 6.500 milhões de euros a fatura de energia que as famílias e as empresas terão de assumir.” Não é uma quantia pequena.

Mas também a surpresa é que, como diz o mesmo autor neste outro artigo (4), cruzando os dados do balanço de pedidos de conexão à Red Eléctrica Española (potência em serviço, autorizada e projetos em tramitação), e o Informe sobre a proposta de planeamento da rede de transmissão de energia elétrica para o período 2021-2026 elaborada pela CNMC (Comissão Nacional de Mercados e Competência) (5) "..." dois terços da energia projetada para geração solar e eólica carecem de espaço para transporte pela rede de alta tensão desde as áreas de geração às áreas de consumo ”.

Especificamente:

- Crescimento real nos próximos cinco anos 48.663 megawatts.

- Energia eólica e solar que já possuem todas as licenças 65.985 megawatts

- Energia eólica e solar que estão em trâmite 73.844 megawatts

Um segundo dato é, portanto, verificar a imensa especulação que existe no atual boom das energias renováveis, especialmente a eólica.

Um terceiro dato é que enfrentam-se duas maneiras de olhar para a transição energética. Como explica Sara Pizzinato, consultora especializada em energias renováveis, citada no artigo (4)o desenvolvimento de renováveis está a ser concebido a partir de grandes parques que necessitam de Rede de alta tensão, mas talvez o que é preciso fazer é promover pequenas instalações e a produção comunitária, que permite o melhor aproveitamento da Rede de baixa e média tensão”, referindo ainda que “Pode que os custos de um sistema de grandes parques e alta tensão não sejam aceitáveis, e se forem excessivos podem tornar-se noutro freio para a transição energética."

Colocando-nos no confronto estratégico entre as três soluções possíveis para a crise atual (a Reafirmação neoliberal, o Reseat do capitalismo ou a Postcapitalista) descobrimos que na Europa a Primeira semelha descartada neste momento, restando a Segunda, a de “mudar algo para que nada cambie”, ou seja, construir grandes centrais renováveis para continuar a manter o controle e o negócio dos grandes oligopólios e a Terceira, que deve apostar pela mudança do que for necessário na produção e sistema de consumo da energia (Relacionado, ver meu comentário no caso do coche elétrico e as matérias primas -que também teremos que levar em conta no caso das energias renováveis- no ponto 3 nesta entrada do facebook (6-a e 6-b)

Algum dato mais sobre a terceira proposta. Há alguns dias que houve uma grande manifestação com o lema "eólicos, así non" (7). Lembremos o ponto 5 do manifesto lido nessa marcha (8)

Fomento do aforro, a eficiencia e a autosuficiencia e soberanía enerxética, o fomento do autoconsumo, a produción á pequena escala e a xestión pública galega. A transición enerxética debe partir dun plan orientado á redución das necesidades da sociedade e medidas de xestión da demanda. Fronte á produción ilimitada, os recursos enerxéticos de Galiza deben basearse en criterios de aforro, eficiencia e autosuficiencia enerxética. Cómpre apostar por proxectos de produción e autoconsumo a pequena escala, reducindo distancias entre xeración e consumo, evitando o transporte innecesario da enerxía coas perdas que este ocasiona".

Para terminar duas notas:

1) Lembrar a clave a que me referia nesta entrada do meu blogue “Aviso a navegantes. Vem uma nova vaga de privatizações”(9) sobre a gestão dos Fundos Europeus de Reconstrução. Uns fundos que se enquadram (como indica Antón Sánchez neste artigo (10)) na linha da "consagración da colaboración público-privada, priorización de grandes proxectos que unicamente están ao alcance das grandes corporacións, e redución, para elas e só para elas, dos prazos e requisitos dos trámites ambientais e administrativo".

2) Temos que construir a Alternativa Postcapitalista (ou como quisermos chamá-la). Vou anotar a ideia (obviamente não é a única) recolhida neste informe que parte da gestão mais próxima do cidadão que defende a geração de energia a partir da base das empresas municipais de água e/ou resíduos (11) .

O que, avançando noutra problemática, léva-nos a mencionar a perda de competências e de autonomia municipais existente desde a etapa austericida da qual ainda não saímos, situação que deve ser mudada com urgência para que a administração local (esta, a dos conselhos e as deputações, ou outra mais racional de freguesias, concelhos e áreas metropolitanas) recupere a sua plena capacidade de atuação (a modo de recordatorio, lembremos o problema da água em Compostela (12), que agora (mas não antes) teria a oportunidade de tornar-se municipal e que aparece como um “ponto de partida” no plano acima mencionado.


Ligações:

(1) Artigo tarifas:

https://abieito-blog-pt-agal.blogspot.com/2021/06/a-nalise-rapida-das-novas-tarifas-da-luz.html

2) Perda de energia elétrica no transporte:

https://blog.cnmc.es/2016/02/08/las-perdidas-en-el-sistema-electrico/

(3) Previsão da evolução do preço da energia elétrica na rede pública:

https://www.publico.es/economia/precio-luz-recibo-luz-subira-pese-avance-renovables-autoconsumo.html

(4) Artigo de Eduardo Bayona em Público.es

https://www.publico.es/economia/hincha-burbuja-renovables-tercios-potencia-proyectada-no-red.html

(5) Informe da Comisión Nacional do Mercado da Competencia.

https://www.cnmc.es/sites/default/files/3538650_1.pdf

(6-a) Facebook: “3)Asumindo que queiramos facer a transición enerxética, temos que ser conscientes de que imos ter grandes dificultades. E que (descontando os negacionistas) vanse enfrontar as dúas clásicas posturas, a que quere mudar algo para que nada cambie (o capitalismo neoliberal) e a que quererá mudar o que haxa que mudar (o resto). Neste caso representados por: substituír sen máis o coche de combustíbeis fósiles polo eléctrico, ou por mudar o que faga falla do sistema de transporte). O tema merecerá unha análise máis detida, mais neste artigo de Investigación y Ciencia (e no que menciona como lectura complementaria ao final) temos algunhas claves”.

https://www.facebook.com/bieito.penela/posts/3198459266961099

(6.b) Problema das matérias-primas do coche elétrico:

https://www.investigacionyciencia.es/blogs/tecnologia/102/posts/la-contaminacin-de-los-autos-elctricos-20004?fbclid=IwAR1v2d57HKdpjUtm_Oqa9sQisINnPRCtXGufEG42JP62OqH0-fDBlMM1Hto

(7) Manifestação "eólicos, así non":

https://praza.gal/movementos-sociais/unha-gran-marcha-pide-un-cambio-no-modelo-eolico-e-masivo-sobredimensionado-e-sen-planificar

(8) Manifesto (Verdegaia)

https://www.verdegaia.org/wp/manifestacion-5-de-xuno-eolica-asi-non/

(9) Blogue "Aviso aos navegantes":

https://abieito-blog-pt-agal.blogspot.com/2021/02/aviso-navegantes-vem-uma-nova-vaga-de.html

(10) Artigo Antón Sánchez em Praza.gal

https://praza.gal/opinion/os-fondos-europeos-de-reconstrucion

(11) Solução dos concelhos:

https://www.publico.es/sociedad/empresas-municipales-agua-abren-via-local-soberanias-energeticas.html

(12) Compostela Aberta e a água

https://compostelaaberta.org/compostela-aberta-inicia-unha-campana-para-informar-a-vecinanza-do-que-nos-xogamos-co-modelo-de-xestion-da-auga/


 


martes, 15 de xuño de 2021

Patentes Covid-19 e ineficacia do capitalismo neoliberal

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Em relação às patentes, lei este artigo de Vicenç Navarro, que resumo no que, penso, importa:

1) Vicenç Navarro analisa as propostas de Dean Baker, Diretor do conhecido Center for Economic and Policy Research de Washington D.C, em relação à produção de vacinas contra a Covid-19 para solucionar sua grande escassez.

Dean Baker assume que o financiamento de grande parte do processo de produção da vacina COVID-19 foi público, citando Pfizer, MERX Moderna ou Astra Zeneca e propõe que esse financiamento público seja estendido para cobrir todo o custo de produção, tornando-se o produto final da vacina anti-COVID num produto público sem patente. Portanto, tanto a sua fórmula e conhecimento de produção, serão públicos.

Desta forma eliminariam-se as enormes quantias que as empresas gastam em distintas dimensões de suas atividades, que vão desde o marketing até a geração de enormes lucros com pagamentos aos acionistas e empresários seniores de tais corporações. Por exemplo, menciona que a Pfizer gastou quase o dobro em marketing e promoção de vendas em 2019 do que em investigação e desenvolvimento de seus produtos.

Desta forma, ao ser um conhecimento público, aceleraria o conhecimento científico por meio do intercâmbio de informações essenciais, hoje mantidas em secreto para garantir o seu controle no mercado. Tal ocultação entra em conflito com o empreendimento científico, que não é nem mais nem menos que compartir e debater o seu desenvolvimento.

2) Este artigo faz-me reflexionar sobre uma característica que normalmente está relacionada ao capitalismo: A sua maior eficácia económica. A verdade é que as patentes desmentem essa suposta eficácia. Em concreto:

- A produção e distribuição de vacinas sem patentes seria mais rápida e eficaz, com todas as vantagens para controlar a doença e evitar mortes. (Relacionado)

- A desaparição das patentes aumentaria o progresso científico, à medida que o conhecimento se tornasse público, ao contrário do que normalmente se defende: Que favorecem o investimento privado e, portanto, o mencionado progresso científico. A realidade é que o financiamento foi em grande parte público e apoiado por décadas de investigação pública (o conhecimento sobre o RNA mensageiro não saiu da nada). A remuneração das patentes, como todos os direitos de autor, deve ser justa e não significar patente de corso. (Relacionado)

- Realmente o que está a suceder é uma transferência de dinheiro público (financiamento da investigação) a empresas privadas (a conhecida colaboração público-privada dos neoliberais). A umas empresas "sócias" que realmente buscam o lucro privado, gastando mais em marketing e promoção de vendas do que em investigação. (Relacionado)





xoves, 10 de xuño de 2021

Coisas que estão acontecendo (2021-06-10)

 

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1) Aconteceu uma grande manifestação na Galiza para ler o manifesto “Eólica, assim não”, por um novo modelo de desenvolvimento eólico para a Galiza, denunciando, como lemos no Praza: o “modelo oportunista e fraudulento de "projetos eólicos fragmentados para se esquivar a normativa legal“ Centos de projetos que, advertem, "devalúan as economías locais, prexudican a calidade de vida das persoas e degradan as comunidades que viven no rural", ademais de atentar á titularidade da terra e á explotación dos seus recursos, "deteriorando o medio natural, a paisaxe e o patrimonio" .
Podemos ler mais nesta ligação.

Relacionado com o anterior lemos que o governo sacará a concurso duas hidroelétricas que estão em vias de caducar a concessão: Lemo-lo aquí. Destaco a referência feita no mesmo artigo à opinião de Jorge Fabra, ex-presidente da Rede Elétrica e membro do grupo “Economistas fronte a crise:“ Seria fantástico se as hidroelétricas que expirem a concessão se fossem concentrando numa empresa pública. Esta fonte fornece um serviço de valor incalculável para o sistema elétrico: cobrir a intermitência das energias renováveis, cortar os picos de produção contaminante, concentrar a produção quando uma nuclear entra em parada... A sua gestão deve estar totalmente orientada ao interesse geral, e agora mesmo não o está. "

E também sobre a energia elétrica Xoán Antón Pérez Lema menciona algumas claves, como que ha ser un recurso público, o que obrigará a que os operadores privados se subordinen ao interese público e abrirá a posibilidade real (non a obrigatoriedade) de que a Xunta e as Administracións locais poidan desenvolver operadores enerxéticos públicos. E para o interese público é esencial reducir os custos do transporte, polo que o os territorios haberían tender á autosuficiencia enerxética, como defende a asociación galega de consumidores ACOUGA. Isto obrigaría moito menos a deseñar macro parques eólicos terrestres e mariños e máis a aproveitar a optimización da tecnoloxía nos últimos tempos e inzar Galicia e todo o Estado de placas para aproveitamentos fotovoltaicos e termosolares nos edificios públicos, naves industriais e establecementos comerciais e vivendas unifamiliares e comunitarias. Velaí o exemplo da recente instalación de máis de 650 kw en 11 naves industriais no Novo Milladoiro-Ames, polo Grupo Vagalume Enerxía e Santiago Sur...


2) Aconteceu também um novo tropeço com a Igreja, perdão com a Justiça, ou foi ao revés ... Não sei muito bem, mas si que foi com a liberdade de expressão. Que mania tem a igreja com a liberdade de expressão, ou será a Justiça quem lhe tem a mania? Que lio estou tendo meu deus !!!. Vejamos, principiemos pelo principio, a Santa Inquisição, era uma coisa eclesiástica ou jurídica....? Vale, que agora mesmo tampouco me lembro muito bem. Em qualquer caso, vê-se que seguimos mais ou menos na mesma, desta vez por uma procissão de uma vagina de plástico. Podemos ver mais aquí.


3) Acontece que o Grupo 7 (países da Europa, EUA, Japão e Canadá) aprovou um acordo fiscal, como todos sabemos, que diz que vai abrir as portas para o reseat do capitalismo. Podemos ver a notícia, por exemplo, aqui:

Existem críticas para estudar. Primeiro porque seica a Joe ocorreu-se-lhe a ideia porque precisava de ingressos para realizar o seu programa post-covid, mas claro, se aplicava ele só esse imposto, as empresas iam-se-lhe para fora, então precisava desse acordo para evitá-lo, nada de reseat, a não ser como "dano colateral".

E a Oxfam aponta algo mais: ela afirma que isso significará que "milhares de milhões de dólares em impostos perdidos em paraísos fiscais por ano fluiriam para países ricos onde as grandes multinacionais como Amazon ou Pfizer têm as suas sedes - independentemente de se as suas vendas e benefícios realmente se fazem nas nações em desenvolvimento. " Vemo-lo aqui.


4) Acontecerá que nos dias 12 e 13 de junho Guitiriz vai celebrar o Festival de Poesia Guitirica, tornando-se assim na capital da poesia galega. Podemos vê-lo neste artigo de Antón de Guizán.


5) E acontece que há uma página interessante para seguir e da que aprender: BoaVida, Pontevedra. Somos un grupo de persoas agradables con “problemas de todo tipo”, con “dificultades”, en situación de “vulnerabilidade social”, que nos reunimos para levar mellor a vida (opinar, acompañar, aprender, axudar, reivindicar, “ser referente”) coa idea de dar participación e esperanza a todo o que queira formar parte do grupo.

Mulleres e homes de Pontevedra. Desempregadas coma ti, enfermos coma ti, nais de familia coma ti, xitanos coma ti, ex-toxicómanos coma ti, pais de familia coma ti, familias coidadoras coma ti…. persoas normais e correntes, anónimas coma ti.


sábado, 5 de xuño de 2021

Coisas que estão acontecendo (2021-06-05):

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-Hoje é um dia muito importante, 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, um dia em que há muito que lutar, como se vai fazer nesta manifestação convocada pela plataforma de organizações "eólicos assim não" (1) e debater, por riba de tudo, penso eu, debater.

O dia dá-me pé para copiar esta reflexão de Eureka (plataforma estadual de apoio ao ICE pela RB), recolhida pelos Coletivos Cidadãos pela Renda Básica (2)

... (É necessário) favorecer e acelerar uma transição cara a energias limpas e renováveis, uma mudança nas relações comerciais, produtivas, sociais, culturais, etc., tanto nacionais como internacionais. Mas, como passo fundamental, há que assegurar a todas as pessoas as suas necessidades básicas para que possam enfrentar o seu futuro com a confiança e tranquilidade necessárias. Por esta razão, sabemos que uma Renda Básica Incondicional pode supor a possibilidade de dar continuidade a projetos, individuais ou coletivos, transformando-os e adaptando-os às novas necessidades e assumindo os novos desafios da mudança, sabendo que a base de subsistência está assegurada ”. 

Aqueles que me conhecem não se estranharam de que eu sublinhe o segundo parágrafo (assegurar a todas as pessoas suas necessidades básicas, ou seja, uma Renda Básica). Mas hoje quero destacar mais o primeiro, a necessária transição cara às energias limpas e renováveis, num momento em que a polémica sobre as novas tarifas da energia elétrica esta a aumentar. Um exemplo é este cartaz que, em diversos formatos, circulou na rede e que adaptei para este blogue. Lá eu analiso a minha posição (3)

Mas, aproveitando que estamos a falar de eletricidade, esse setor em que atopamos pessoas tão amigueta (entre elas é claro), como Felipe González, Aznar e todos aqueles, já se sabe, os das portas giratórias, quisera dar conta duma despedida: a do amiguete Villar Mir. Porque este senhor, um clássico nisso, que já foi amiguete de Franco, depois do Rei emérito, e mais depois do Rei não emérito, jubílase-nos (4).

É bom saber como nesta sociedade existem grupos de amigos, capazes de se apoiarem uns aos outros de forma abnegada (ou não tão abnegada). Pessoas que graças aos amigos estão vivendo, e muito bem, e mesmo vai-se enriquecendo, fazendo-se muito, muito ricas. Tudo começou com os amigos do "Regime" (assim se conhecia ao Nazismo Espanhol na época de Franco). E até agora sempre com o apoio do Estado, como quem diz, (Porque, ao igual que Madrid é Espanha os Amiguetes são o Estado).

Com a sua jubilação parece que acaba uma era, mas é apenas uma aparência. Alguém pensa que este capitalismo, pelo menos nesta pele de touro (touradas não!!, por certo), foi coisa do franquismo? Bem, não, sem ir mais alá temos Rato, por exemplo, para refuta-lo, com um amiguete (mais conhecido como testa-ferro) numa empresa armamentistica que o ajudava a evadir impostos (5). E há muitos outros exemplos, como os amiguetes das portas giratórias que mencionei antes, que tanto fizérom para liar "o das elétricas".

Ou aqueles amiguetes dos bancos, muito bons amiguetes entre si, é claro, como podedes ver nesta ligação da Spanih Revolution. (6) “Mais de 10 bancos concordárom, todos a uma, numa espécie de desafio ao livre mercado, em (...) endurecer as condições em que o usuário deixa de pagar comissões por ter uma conta com eles. ”.

que no livre mercado não há nada como ter amiguetes, todos de acordo e ao mesmo tempo. E se algum "cliente" não concorda, que troque de banco (hua hua hua) estamos num sistema (neo) liberal, ou não?

E já que estamos falando de "chouriços" deixo esta imagem (7)


1) Eólicos así non:

https://www.verdegaia.org/wp/manifestacion-5-de-xuno-eolica-asi-non/

2) Enlace aos Colectivos:

https://www.facebook.com/colectivoscidadansRBU/posts/1813279842192183?__cft__[0]=AZUuRKtMCsr3EDcryTlSu86k-fjL1q0ksLtBxNduCIQhcu1AQV9DSIHq0IrLfNrwDJkPJo4ReAMQIPaSvS3LULzCjMhrpvMugtZIDeqIjsqyF6UMjUVeuIa-2kGRPVB59vyqKTO7lwCma_gPs9ZcTbpb2MWgBKkMKRT2EoXN5hT3EA&__tn__=%2CO%2CP-R

3) Bolgue de AfonsoBieito:

https://abieito-blog-pt-agal.blogspot.com/2021/06/a-nalise-rapida-das-novas-tarifas-da-luz.html

4) Villar Mir se nos xubila:

https://www.lamarea.com/2021/05/31/villar-mir-fin-ultimo-cesar-ibex-35/

5) Spanish Revolution, Rato:

https://spanishrevolution.net/rato-traficante-de-armas/?fbclid=IwAR07fu3-c4NaUkGy-qvVD_8gVAFjzZfCPtoFeGaQz-r-GZIROlcxEs2xMUE

6) Spanish Revolution, bancos:

https://spanishrevolution.net/comisionazo-bancos-240-euros-comisiones/?fbclid=IwAR07fu3-c4NaUkGy-qvVD_8gVAFjzZfCPtoFeGaQz-r-GZIROlcxEs2xMUE

7) Chouriços:

https://www.facebook.com/photo?fbid=123837039836654&set=gm.10159857320359595


venres, 4 de xuño de 2021

Análise rápida das novas tarifas da luz

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A decisão do governo de cambiar as tarifas elétricas, estabelecendo três horários diferentes, causou bastante balbordo. Neste momento não tenho um posicionamento claro. E para tentar esclarecer-me procurei estas páginas:

Por um lado, as que explicam a posição do governo: Numa ligação direto para a sua página (1) e nesta entrevista a Manuel García Hernández, Diretor Geral de Política Energética (2).

Por outro lado, fico com a página de Facua (3) e este artigo de La Marea (4).

1) Posicionamento do governo: Já esta explicito no título (1): “A nova fatura elétrica… estimulará o aforro energético, a eficiência, o auto-consumo e a implantação do veículo elétrico. O Diretor-geral reforça (2) também o aumento da percentagem da eletricidade sobre a energia total, atualmente num escasso 24%, mencionando às bombas de calor.

E lendo a letra pequena eu destaco estas duas afirmações:

- a) reduzir a necessidade de realização de novos investimentos nas redes de transporte e distribuição, (já que estarão menos saturadas ao se prever um aumento do consumo nas horas do vale e, portanto, diminuição no horário de ponta). Bem, é uma razão consistente.

- b) Que a fatura tenha um componente variável (consumo) maior que o fixo (energia). Bem, isso favoreceria o consumidor e a claridade da fatura, pagamos o que consumimos, favorecendo o aforro e, indiretamente, o auto-consumo, o que é interessante para a transição energética. Também parece consistente e um bom objetivo.

Manuel García Hernández critica que se descontextualizem algumas coisas (comenta com retranca o caso de passar o ferro) e esclarece que a alteração das tarifas não será a única medida, mencionando outras (como o limite aos "benefícios caídos do céu” em relação à energia hidráulica e nuclear). Bem, tem sentido.

2) Oposição às medidas: Centram a sua oposição no fato de que as novas tarifas causam transtornos, ou, diretamente, que é impossível adequar-se aos horários como pretende a normativa, com a consequente culpabilização dos que não podam. Pensando em frio, tem razão.

Mas Facua também diz duas coisas que considero importantes: “A FACUA lembra que o documento assinado em dezembro de 2019 pelo PSOE e Unidas Podemos pelo qual refletiam os seus compromissos governamentais com os cidadãos, refletia que as tarifas de eletricidade teriam um preço menor para os primeiros quilowatts-hora (kWh) de energia consumida. No entanto, em vez de estabelecer a discriminação prometida com base no consumo, o Governo decidiu definir uma discriminação horária que irá causar danos significativos a uma elevada percentagem de famílias ”.

E também menciona que "uma alto percentagem de famílias não tem vivendas com alta eficiência energética, equipas que possam ser programados para o horário em que se queiram ativar, ou máquinas que lhes permitam acumular energia pela manhã para utilizar durante o dia" "Portanto, os consumidores com menor poder aquisitivo serão os mais afetados pela mudança tarifária ”, concluem. E há uma agravio para aqueles consumidores que, devido ao seu horário de trabalho, não podem adaptar-se para aproveitar os horários das tarifas (os tele-trabalhadores são um exemplo claro).

Diante do exposto, coido que a intenção do governo não é ruim. É uma reforma necessária (não a única nem a mais importante, mas necessária) se queremos avançar para um aumento das energias renováveis, que são mais difíceis de gerir nas horas de ponta, e um aumento da eletricidade sobre a energia total (em detrimento especialmente da fóssil) e, em concreto, dos coches elétricos (e as bombas e calor, ao que parece) mas que cometeram erros mui graves. As críticas são certas.

Em conclusão:

- Entendo que a medida deveria ter sido aplicada após uma informação e um debate social que foi quase inexistente.

- E, desde logo, coido que os erros que aponta Facua são certos: penso que esta medida deveria ter sido precedida, ou pelo menos acompanhada, por um lado, da discriminação por tramos de consumo e, por outro, por programas de apoio à eficiência energética já previstos no Plano de Recuperação, Transformação e Resiliência (ilhamento de vivendas, melhores eletrodomésticos, medidas de auto-consumo, etc.)

Quanto a acabar com as portas giratórias e nacionalizar um setor-chave para o bem-estar cidadão, esta claro, evidentemente. Também há que ir a por isso.

(Em qualquer caso, para saber e mais qualificado, recomendo esta entrevista (5))


1) Pagina oficial do governo

https://www.lamoncloa.gob.es/serviciosdeprensa/notasprensa/transicion-ecologica/Paginas/2021/050521-factura_electrica.aspx

2) Entrevista a Manuel García Hernández

https://www.eldiario.es/economia/transicion-ecologica-defiende-nueva-factura-electrica-no-falta-ponerse-despertador-planchar_1_7990754.html

3) Opinião de Facua:

https://www.facua.org/es/noticia.php?Id=16830

4) Opinião de La Marea:

https://www.lamarea.com/2021/06/01/punta-llano-y-valle-o-como-seguir-haciendo-malabares-para-pagar-la-factura-luz/

5) Entrevista a Jorge Fabra:

https://www.eldiario.es/economia/jorge-fabra-economista-faltan-beneficios-caidos-cielo-quitar-precio-energia-electrica_128_7997595.html


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