domingo, 18 de xullo de 2021

A carne e o video de Garzón

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Imbatível: Não há dúvida de que o vídeo sobre a carne do ministro Garzón, é imbatível. Apenas 90 euros e uns resultados impressionantes. (Explicam-no-lo aqui 1)

E aqui, por certo, pode-se ver o vídeo.(2)

Um vídeo polêmico, o que fai parte do seu éxito. Criar polêmica era exatamente o que pretendia. Mas essa polêmica quedou, ou tentou-se que queda-se, em uns ataques cheios de tópicos e desqualificações tanto pela direita, sempre disposta a atacar o governo, ainda que não tivesse motivo, e neste caso se os tinham, defender aos seus, aos modelos mais industriais da ganadaría, sobretudo das mais rentáveis, macro-granjas, como pelo sócio governante, o PSOE, entendo que para se diferenciarem-se de UP e também porque no fundo defendem os mesmos sectores gandeiros.

Mas se o intento de evitar a polémica da direita e do PSOE não me surpreende, que a reação dos sindicatos agrários galegos fosse a mesma se o faz. Reagiram como se a campanha fosse uma agressão direta, sem nenhuma matização: (3) 

No entanto, uma análise do vídeo é, em geral, acertado e necessário, ainda que obviamente a sua curta duração tenha deixado matizações por fazer: (4)

De minha parte, creio que há dois temas recorrentes no vídeo. Por uma banda, a necessidade de reduzir o consumo de carne por razões de saúde (evidência científica) e ambientais (evidência científica) e de consumir carne procedente de gandaría mais respeitosa (mais extensiva) contra a menos respeitosa (mais industrial). Outra evidência científica. Temos um exemplo claro nesta reportagem:(5)

Creio, em suma, que os sindicatos agrícolas galegos perderam uma boa oportunidade para entrar na polémica e iniciar um sério debate sobre os meios de produção gandeiros, distanciando-se da ganadeiría mais industrial, como as macro-granjas, defendendo a soberania alimentar (menos contaminante ao eliminar practicamente o transporte) e mesmo às políticas institucionais de defesa da agricultura que, na verdade, defendem outras coisas. Falo, por exemplo, da PAC e das suas grandes limitações, como valoram, precisamente, os sindicatos galegos (6) e como podemos ver nesta análise de uma Euro-deputada do mesmo grupo do ministro (7)

E, finalmente, quero pôr um exemplo de uma resposta que me parece mais correta (falo do tipo de reação, não do conteúdo estrito). Neste artigo a COAG disse: “Também temos claro que se, com toda esta polêmica, os cidadãos começarem a se preocupar por como se produzem os alimentos que se consumem, teremos ganhado muito”. Pois isso. Creio que cumpría aproveitar o vídeo para entrar na polêmica e não limitar-se a oporse. Creio que os nossos sindicatos tinham (têm) muito mais a ganhar.(8)

Ligações

1)https://www.publico.es/politica/guerra-chuleton-polemico-video-carne-garzon-costo-90-euros.html

2) https://mobile.twitter.com/agarzon/status/1412715352325246990

3)https://praza.gal/economia/os-sindicatos-agrarios-galegos-critican-a-garzon-e-piden-diferenciar-entre-granxas-sustentables-e-producion-industrial-de-carne

4) https://www.climatica.lamarea.com/politica-ciencia-carne-garzon/

5)https://www.eldiario.es/internacional/dame-fuego-ver-carne-destruccion-amazonia_130_7257949.html 

6)https://www.nosdiario.gal/articulo/economia/fruga-sindicato-labrego-consideran-inxusta-pac-aprobada-pola-ue/20210628184719124407.html

7)https://www.eldiario.es/euroblog/nueva-pac-chicha-limona_132_8121476.html

8)https://blogs.publico.es/otrasmiradas/50799/lo-que-nos-une-carta-abierta-de-miles-de-familias-ganaderas-a-la-ciudadania/


xoves, 8 de xullo de 2021

Concelhos, interinos e descentralização

 

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Disse a nova: O governo pecha um acordo histórico com os sindicatos para rematar com a temporalidade dos interinos. (1) 

O problema dos interinos é importante. E não só dos interinos há outras temporalidades. E há “indefinidos”. E há oposições que não se convocam. Situações injustas com moitas arestas.

Mas coido que há algumas claves que explicam uma parte, pelo menos, da sua existência, quando menos na administração local. Na nova que reproduzo en (1) aparece mencionada neste parágrafo: “Apesar do acordo alcançado com os representantes dos trabalhadores, Iceta não conseguiu chegar a um acordo na Conferência Setorial da Administração Pública com as Comunidades Autónomas, onde as autonomias governadas pelo PP ou partidos nacionalistas opugérom-se à proposta de Função Pública, alegando que a era preciso eliminar ou redefinir as taxas de reposição, o limite que tem uma Administração Pública para renovar o número de empregados públicos, entre outros pontos de confrontação

Conta-se coma se fosse uma escusa (e seguramente é-o, quando menos no caso do PP). Mas as taxas de reposição não são uma nimiedade. Junto às Leis de estabilidade orçamentaria (as Leis Montoro) e as de “serviços essenciais” são a grande espada que pende sobre os governos locais que querem fazer algo.

Também é certo que há quem sim as menciona, e bem, por exemplo: Desde a CIG pedem a "eliminação da taxa de reposição com carácter indefinido". (2) 

Longe quedam os tempos desse “grande reformador democrático, case revolucionário desde a perspetiva atual” (modo retranca) Manuel Fraga Iribarne, coa sua Administração Única, na parte referida à administração local. Lembremos: Anos 90. Manuel Fraga exige a administração única para Galicia, Catalunya e o País Vasco onde dizia: (3)

"O processo de racionalização deve também abrir um processo de transferência para a administração local, de competências autonómicas, quando a sua prestação por essas entidades locais deem lugar a um serviço público mais eficaz devido à sua proximidade com o cidadão."

As leis austericidas ainda vigentes que mencionei antes, forom no caminho contrario. Com a legislação austericida os concelhos virom gravemente reduzida a sua autonomia.

E sem embargo o cambio do já claramente caduco modelo neoliberal vai necessitar uma administração local com capacidade de ação. Para isso temos que reverter essas leis e dotar de força aos concelhos para que podam re-municipalizar serviços e mesmo criar outros novos.

Vémo-lo por exemplo neste ligação falando da agua, a gestão dos resíduos e a produção de energia elétrica. (4)  

E como contra-exemplo temos isto outro, a denuncia em Nós-diario da perda de povoação provocada pelos parques eólicos. Dous modelos energéticos opostos: (5)  


1.-https://www.eldiario.es/economia/gobierno-cierra-acuerdo-historico-sindicatos-acabar-temporalidad-interinos_1_8104937.html

2.-https://www.nosdiario.gal/articulo/traballo/criticas-ao-acordo-estabilizacion-da-funcion-publica-asinado-madrid/20210706195739124943.html

3.-Manuel Fraga exige la administración única para Galicia, Cataluña y el País Vasco | España | EL PAÍS (elpais.com) 

4.-https://www.publico.es/sociedad/empresas-municipales-agua-abren-via-local-soberanias-energeticas.html.

5.-https://www.nosdiario.gal/articulo/social/eolicos-favorecen-despoboamento-rural/20210702172112124711.html


Estamos ganando nós o relato (2021-07-05)

 

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Rematara de escrever este comentário horas antes do assassinato de Samuel. Sigo pensando que o meu “relato” descreve a realidade, pelo que o vou publicar igual. Porque, apesar de tudo que nos doam os feitos, demasiados, que seguem a passar, as coisas cambiam. A extrema direita está-nos pelejando o “relato” porque, em perspetiva histórica, estamos-lo ganhando.

Às vezes parece que o mundo não avança nada, e tampouco é certo. Certamente deveria ir mais rápido e ainda há muitos, e muito importantes, que não mudam rem, mas os que já temos alguns anos, vemos-las cambiadas. É algo que temos que saber. Vejamos:

1) As bodas religiosas, as da Igreja Católica neste reino tão católico, vão de capa caída: “Em 2000, 75,6% das uniões celebradas na Espanha eram católicas. Oito anos depois, essa percentagem já baixara ao 45,5%. A meados da ultima década caiu para 31,7% e em 2019 apenas superou o 20%. Um processo muito rápido.” Em termos históricos, uma revolução. (1)

2) O racismo segue existindo. Mas lembremos a força desse relato no século XX, em que a eugenesia chegou a ser considerada uma rama legítima da ciência. Seguem, é certo, os casos dos Estados Unidos ou do mais sangrento de Israel, e não são os únicos. Mas hoje, por exemplo, os índios canadenses (e não só os índios) estão a queimar igrejas e chimpando estátuas de rainhas (Elizabeth II ainda é sua rainha, lembremos-lo). Têm muito boas razões, dada a confirmação dos infanticídios "descobertos" agora irrefutavelmente. Mas são infanticídios cometidos ainda no século passado e que nunca poderiam ter acontecido sem a ampla cumplicidade cidadã. Hoje a cumplicidade parece que a têm as queimas e as “vandalizações" das estátuas. Um caso semelhante aconteceu tampouco há tanto na Austrália com a escandalosa "educação forzosa" de mestiços, também há menos de um século. (2)

3) LGTBI-Trans Um dato, impressionante em perspetiva histórica, sobre a derrota progressiva do relato das Sagradas identidades do masculino e do feminino (as famosas peras e maçãs). Ainda está começando, mas coido que vai seguir, apesar dos machotes (de ambos sexos) que pensem que é o fim do mundo: “Menos moços se identificam com a heterossexualidade: segundo o último CIS, 82,7% das pessoas entre 18 anos e 24 anos defínessen deste jeito; em 2016 superava o 90% ”. (3)

E o mesmo, mas começando mais tarde, acontece com o coletivo Trans: El Diario conta nessas “cinco vidas que seriam (que para outros vão ser) distintas”. (4)

4) Boy Scouts: O mundo dos relatos de há umas poucas décadas estava dividido entre bons, muito bons e ruins, muito ruins (como agora, mas creio que mais). Entre os muito bons (sem discussão) estavam os Boy Scouts. Em fim: "Os 'Boy Scouts' estadounidenses chegaram a um acordo com os grupos que representam a dezenas de milhares de homens que acusam a organização de abusos sexuais." (5)

5) Endometriose: As enfermidades típicas da mulher considerou-nas a ciência oficial, como exemplifica Freud, do único jeito que um "cientifico" que não as sofre, como ele, sabia que deveriam ser tratadas. Basicamente, "coisas de histéricas". O relato da inferioridade em todas as facetas das mulheres convertia em ninharias (para os homens) os seus problemas, especialmente quando eram "dores naturais". E ainda que pareça mentira aqui sim que queda muito, muito, que andar. A violência obstétrica, a valoração do parto ou endometriose, por exemplo: "Nesta quinta-feira o QuerENDO iniciou uma campanha nas redes sociais que baixo o título" A outra cara da endometriose? " busca dar a conhecer as vivencias das mulheres afetadas por meio de testemunhos expressados por homens. A campanha busca pôr o foco e denunciar o nesgo de género que presenta a medicina, na que as doenças que só afetam as mulheres são invisivilizadas ou relegadas. (6)

Às 20 horas concentração, também em Betanzos. Porque os relatos que custaram construir há que defende-los contra os que querem voltar aos do passado.


1.-https://www.eldiario.es/sociedad/bodas-religiosas-pasan-decadas-rozar-76-total-apenas-10_1_8084703.html

2.-https://www.lasexta.com/noticias/internacional/continua-ola-quema-iglesias-canada-hallazgo-miles-cadaveres-ninos-indigenas-internados-catolicos_2021070160ddd9def025960001230d9a.html

3.- https://www.eldiario.es/sociedad/vez-heterosexuales_1_8099782.html

4.-https://elpais.com/sociedad/2021-06-29/cinco-vidas-que-serian-distintas-con-la-ley-trans-me-diagnosticaron-disforia-de-genero-como-si-estuviera-enfermo.html

5.-https://www.eldiario.es/internacional/boy-scouts-llegan-acuerdo-850-millones-dolares-victimas-abusos-sexuales_1_8097713.html

6.-https://praza.gal/acontece/unha-campana-das-mulleres-con-endometriose-denuncia-o-nesgo-de-xenero-na-medicina-a-traves-da-doenza-que-sofren-60-mil-galegas



luns, 5 de xullo de 2021

Coisas ... que estão acontecendo: El Salvador e o Bitcoin (2021-07-03)

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A Assembleia Nacional salvadorenha obriga aos seus comerciantes e à administração do estado a aceitar pagamentos em bitcoin (1) apenas três dias depois de que o presidente Nayib Bukele fizera pública esta ocorrência. Além disso, em breve emitirá bonos públicos baseados em bitcoin. 

Para situar a Nayib Bukele, recomendo esta página (2)

O Bitcoin é uma criptomoeda que não tem o respaldo de nenhum banco central e é operada por tecnologia distribuída. Cuido que é uma boa ideia perguntar-se por que existe e a quem beneficia (Espoileo: Ideologicamente: aos neoliberais libertários e economicamente: "aos especuladores no mesmo Bitcoin, defraudadores, aos delinquentes e, agora, aos extorsionádores. O seu benefício para a povoação em geral é mínimo", de acordo com este pequeno artigo (3) de Robert Kuttner em Sin Permiso, que, por outra banda, defende moedas eletrónicas emitidas pelos Bancos Centrais de Moeda Digital (o CBDC de Central Bank Digital Currency) que sim estarão respaldadas pelos bancos centrais.

A sua natureza cem por cento especulativa (pois carece de respaldo) está a provocar chamadas de atenção (4), como esta da OCU

Na minha opinião, com as suas vantagens, desvantagens e riscos, com diferentes propostas concretas (e, portanto, enfrentadas) entre partidários do público e do e privado, a expansão das moedas digitais é inevitável. Estou falando, por suposto, das moedas emitidas pelo CBDC. Dois ligações sobre as diferenças com as cibercorrentes "libertárias"(5) e (6)

Finalmente, mencionar o problema de energia (7) destas moedas libertárias. "Em 2024, a minaria de bitcoins será o duodécimo "país" por consumo de energia." Tudo, como diz Robert Kuttner, para o maior beneficio (ou perda) de "especuladores no mesmo Bitcoin, defraudadores, delinquentes e, agora, extorsionádores".

https://blogs.publico.es/kaostica/2021/04/09/bitcoin-medioambiente/

E tudo isto, podemos relaciona-lo com a banca pública? Está claro que a existência do CBDC abrirá algumas portas interessantes. Algo disso discútese em alguns dos artigos mencionados e merecerá uma melhor análise.

1)https://www.eldiario.es/tecnologia/salvador-prepara-lanzamiento-bonos-publicos-basados-bitcoin_1_8085269.html.

2) https://blogs.publico.es/otrasmiradas/50470/el-peligroso-efecto-bukele/

3) Es hora de prohibir las criptomonedas privadas - Robert Kuttner | Sin Permiso

4) Criptomonedas: La OCU advierte del riesgo de estafas a través de las criptomonedas | Público (publico.es)

5)https://www.publico.pt/2021/06/14/opiniao/opiniao/moeda-digital-perplexidades-futuro-sistema-bancario-1966286

6)  https://blogs.publico.es/kaostica/2021/05/28/moneda-digital/

7) https://blogs.publico.es/kaostica/2021/04/09/bitcoin-medioambiente/ 



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