Por um lado, as que explicam a posição do governo: Numa ligação direto para a sua página (1) e nesta entrevista a Manuel García Hernández, Diretor Geral de Política Energética (2).
Por outro lado, fico com a página de Facua (3) e este artigo de La Marea (4).
1) Posicionamento do governo: Já esta explicito no título (1): “A nova fatura elétrica… estimulará o aforro energético, a eficiência, o auto-consumo e a implantação do veículo elétrico. O Diretor-geral reforça (2) também o aumento da percentagem da eletricidade sobre a energia total, atualmente num escasso 24%, mencionando às bombas de calor.
E lendo a letra pequena eu destaco estas duas afirmações:
- a) reduzir a necessidade de realização de novos investimentos nas redes de transporte e distribuição, (já que estarão menos saturadas ao se prever um aumento do consumo nas horas do vale e, portanto, diminuição no horário de ponta). Bem, é uma razão consistente.
- b) Que a fatura tenha um componente variável (consumo) maior que o fixo (energia). Bem, isso favoreceria o consumidor e a claridade da fatura, pagamos o que consumimos, favorecendo o aforro e, indiretamente, o auto-consumo, o que é interessante para a transição energética. Também parece consistente e um bom objetivo.
Manuel García Hernández critica que se descontextualizem algumas coisas (comenta com retranca o caso de passar o ferro) e esclarece que a alteração das tarifas não será a única medida, mencionando outras (como o limite aos "benefícios caídos do céu” em relação à energia hidráulica e nuclear). Bem, tem sentido.
2) Oposição às medidas: Centram a sua oposição no fato de que as novas tarifas causam transtornos, ou, diretamente, que é impossível adequar-se aos horários como pretende a normativa, com a consequente culpabilização dos que não podam. Pensando em frio, tem razão.
Mas Facua também diz duas coisas que considero importantes: “A FACUA lembra que o documento assinado em dezembro de 2019 pelo PSOE e Unidas Podemos pelo qual refletiam os seus compromissos governamentais com os cidadãos, refletia que as tarifas de eletricidade teriam um preço menor para os primeiros quilowatts-hora (kWh) de energia consumida. No entanto, em vez de estabelecer a discriminação prometida com base no consumo, o Governo decidiu definir uma discriminação horária que irá causar danos significativos a uma elevada percentagem de famílias ”.
E também menciona que "uma alto percentagem de famílias não tem vivendas com alta eficiência energética, equipas que possam ser programados para o horário em que se queiram ativar, ou máquinas que lhes permitam acumular energia pela manhã para utilizar durante o dia" "Portanto, os consumidores com menor poder aquisitivo serão os mais afetados pela mudança tarifária ”, concluem. E há uma agravio para aqueles consumidores que, devido ao seu horário de trabalho, não podem adaptar-se para aproveitar os horários das tarifas (os tele-trabalhadores são um exemplo claro).
Diante do exposto, coido que a intenção do governo não é ruim. É uma reforma necessária (não a única nem a mais importante, mas necessária) se queremos avançar para um aumento das energias renováveis, que são mais difíceis de gerir nas horas de ponta, e um aumento da eletricidade sobre a energia total (em detrimento especialmente da fóssil) e, em concreto, dos coches elétricos (e as bombas e calor, ao que parece) mas que cometeram erros mui graves. As críticas são certas.
Em conclusão:
- Entendo que a medida deveria ter sido aplicada após uma informação e um debate social que foi quase inexistente.
- E, desde logo, coido que os erros que aponta Facua são certos: penso que esta medida deveria ter sido precedida, ou pelo menos acompanhada, por um lado, da discriminação por tramos de consumo e, por outro, por programas de apoio à eficiência energética já previstos no Plano de Recuperação, Transformação e Resiliência (ilhamento de vivendas, melhores eletrodomésticos, medidas de auto-consumo, etc.)
Quanto a acabar com as portas giratórias e nacionalizar um setor-chave para o bem-estar cidadão, esta claro, evidentemente. Também há que ir a por isso.
(Em qualquer caso, para saber e mais qualificado, recomendo esta entrevista (5))
1) Pagina oficial do governo
2) Entrevista a Manuel García Hernández
3) Opinião de Facua:
https://www.facua.org/es/noticia.php?Id=16830
4) Opinião de La Marea:
5) Entrevista a Jorge Fabra:
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