domingo, 6 de febreiro de 2022

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Jogamo-nos muito com as trolas.

 

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A Realidade tem a teimosa característica de ser CERTA. E a TROLA NÃO. A trola (A MENTIRA, A MEIA VERDADE), quer justamente suplantar a realidade para mudá-la ou impedi-la de mudar. Sempre existiu e sempre foi utilizada polo poder (meigas, ciganos, judeus, mouros, hereges...), mas hoje adquire novas características derivadas da possibilidade de empregar as novas tecnologias na sua propagação planificada. Como claramente aconteceu no caso das “macro-granjas” de Garzón).

Neste caso partimos da constatação de que na gandeiria atual está a triunfar a conceção neoliberal (as macro-granjas). A qualidade da carne, o bem-estar animal, o respeito ao meio ambiente, a poluição das águas, o despovoamento rural, o excesso de nitratos... não lhes importam, são problemas de "sociedade" ou do "governo" ou de "todos" ou, melhor, chamamos-lhes "externalizações" que parece mais neutral. A consequência são custos baixos, preços baixos e muitos benefícios. E de passo, com preços baixos expulsa-se a competéncia da gandeiria responsável, aquela que não “externaliza”.

Os feitos

Alberto Garzón concedeu umha entrevista ao jornal britânico The Guardian, publicada em 26 de dezembro. Aqui se pode ver íntegra a parte polémica da entrevista. Em 3 de janeiro começa a farsa (“Espanha exporta carne de mala qualidade de animais maltratados”). O truque, obviamente, é quitar as "macro-granjas" para que aqueles que produzem carne de má qualidade sejam "os gandeiros".

Coincidências.

A trola permite mascarar cousas como:

- Em Castilla-León começam os julgamentos que deixam em mal lugar ao candidato do PP.

-A Europa vai declarar a energia nuclear e o gás natura coma ecológicos.

- Os dados de emprego de dezembro, que indicavam que 2021 rematava como o ano com o maior recorte de desemprego da história.

-A UCO concluiu que o ex-ministro do PP Eduardo Zaplana lavou mais de 16 milhões de euros

Sobre estes dous últimos recomendo este artigo, onde, além disso, explica-se-nos a metodologia (e fala-se de outra trola de êxito do mesmo dia, a do aumento do património de Irene Montero)

Metodologia.

Do artigo anterior extraio alguns parágrafos (em castelão. Itálico meu)

Una vez analizada la evolución de los hechos, todo parece encajar en un plan coordinado. El día 3, la web Cárnica –perteneciente a la empresa C de Comunicación–, dedicada a mejorar la comunicación de empresas del sector cárnico, saca un titular manipulado de una entrevista a Garzón en The Guardian publicada semanas atrás, (El titular decía: Garzón afirma que España exporta carne de mala calidad de animales maltratados.).

De manera coordinada, la misma tarde del día 3 decenas de diputados, senadores y presidentes de comunidades de PP y Vox difundieran el artículo ad hoc pidiendo su dimisión, entre ellos Mañueco, Rafa Hernando o Zoido. Al día siguiente continuaron en esa misma línea centenares de cargos públicos, así como las redes oficiales de PP, Vox y Ciudadanos. Incluso aparecieron barones del PSOE como Lambán y Page pidiendo la dimisión de Garzón.

Centenares de titulares en diarios, teles y radios, más de 100.000 tuits con la suma de trollstars, periodistas, medios y la difusión de miles de bots con la misma narrativa del titular manipulado. Entre la nube de palabras más usadas no aparecían ni "macro-granja" ni "ganadería intensiva".

Uno de los elementos habituales de las campañas de desinformación consiste en lo siguiente: una vez que la matriz de opinión formada por periodistas, políticos o trollstars emiten los mensajes que alguien quiere viralizar, estos son seleccionados para difundirse masivamente a través de una matriz de difusión formada en gran parte por cuentas automatizadas o trollcenters de personas reales que manejan una gran cantidad de cuentas falsas.

Al analizar las interacciones de estos tuits, así como otros con gran número de retuits, hay varios indicios de que cuenta con una fuerte presencia de actividad automatizada.

. Ambas noticias falsas fueron difundidas varias veces por la cuenta de Twitter de noticias de Microsoft (MSN). Pero lo más increíble es que en este agregador de noticias que la plataforma de Microsoft te muestra en tu navegador o sistema operativo, el día 4 pudimos encontrar más de 20 noticias relacionadas con los ministros Garzón y Montero, pero ninguna sobre los recientes récords en la bajada del paro o en el número de afiliados a la Seguridad Social… ni que Eduardo Zaplana blanqueó 16 millones de euros junto a cuatro de sus testaferros.”

PSOE

O mais estranho (ou não) é que ministros e presidentes autonómicos socialistas atacárom ao ministro Alberto Garzón por criticar esse modelo, quando seus governos preparam normativas que as limitam.

Parece que cada vez que se tocam os interesses do lobby da indústria da carne, como quando se tocam os do setor elétrico, o PSOE duvida e começa a andar com o pé errado.

Mesmo Sánchez, presidente do governo do qual Garzón é ministro, "lamenta a 'polémica' sobre as declarações de Garzón e defende que a Espanha exporta carne de 'qualidade extraordinária' entrando cem por cento na campanha de linchamento.

Mas esta posição do PSOE a favor de um lobby também não é tão estranha. Aliás, lembremos as Portas Giratórias, que as Renováveis ​​são pensadas desde a perspetiva dos mega-parques (que precisam de grandes investidores) ou o Favoritismo às grandes construtoras

Sindicatos Agrários

E que pensam os agricultores, ou os seus representantes, os sindicatos:

Em primeiro lugar, constatar a corajosa e correta posição tomada polo Sindicato Labrego Galego. "As macro-granxas son absolutamente incompatibles cun medio rural vivo" e que "abondarían 23 macro-granxas como a que se pretende construír en Noviercas (Soria), con máis de 23.000 vacas, "para destruír as 29.282 granxas de bovino que traballan actualmente no noso país"

Constatar também que boto em falta a posição do outro Sindicato Galego favorável (assim me parece) à gandeiria responsável, Fruga. A data de hoje 11-01-2020 não encontrei nada no facebook nem na sua web. As macro-granjas não vão com eles?

Quanto ao outro sindicato (Unións Agrarias- UUAA, incluído em Unión de Pequeños Productores-UPA) manifesta-se descaradamente a favor do embuste e, portanto, das macro-granjas. Isso apesar da UPA ter se manifestado em 23/04/2021 “esperançada” com as intenções do Governo de proibir as macro-granjas de carne bovina.

O cedro é que na hora da verdade, esse sindicato está defendendo os interesses das macro-granjas contra, portanto, a gandeiria extensiva. Neste caso, já em 4 de janeiro, no dia seguinte ao lançamento da farsa, pediu a demissão de Garzón (botando "zurro" no debate ao argumentar a favor da gandeiria extensiva, como se esta fosse a atacada polo ministro ). Esta entrada mantém-se na sua web até hoje (11-01-2022)

Igual que se mantém o seu artigo (07-08-2021) da campanha anterior contra o ministro (também como resultado de outra deturpação das palavras de Garzón para transformá-las numha trola).

 https://www.eldiario.es/tecnologia/verificadores-mundo-acusan-youtube-tolerar-bulos-negacionistas_1_8648032.html

venres, 10 de decembro de 2021

Mercado-Estado-Bem Comum e Infojobs.

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"Yolanda, si quieres hacer un InfoJobs, nosotros sabemos cómo y el nuestro funciona. ¿Hablamos?"

Pois si, este twitt de Infojobs está a dar que falar.

Para quem não o saiba, Infojobs é um portal privado de busca de emprego. Que também tem o seu aquele, que para buscar emprego haja que pagar (a opção premiums ou, senão, sofrer a publicidade, ceder dados próprios…). É propriedade do Grupo Adevinta1 através de sua subsidiária na Espanha, Anuntis-Segundamano, também proprietária de outros sites de anúncios classificados como Fotocasa, habitaclia, coches.net, motos.net e Milanuncios..

Não lhe vai mal, como nos contam eles mesmos, especialmente grazas aos canais premiuns e à publicidade: “Adevinta Spain fatura 47 milhões de euros no terceiro trimestre do ano e melhora os resultados de antes da pandemia” diz-nos na sua página”2

Mas entendo que não é de negócios do que quer falar infojobs com Yolanda (leia-se com o Estado). Ou si, porque a pergunta é precisamente ¿Que vai pintar um canal privado de busca de emprego quando exista um público?

Ou doutro jeito: Que passou com as enciclopédias privadas quando apareceu a wikipedia-galipedia? Neste caso havia duas formas de gestionar o conhecimento (que, lembremos, é um Bem Comum), uma privada via mercado (leia-se Enciclopédia britânica, Larousse, etc) e outra via gestão desse bem comum diretamente pola sociedade organizada. Ganhou a mais eficiente, eficaz e efetiva.

Nestes tempos o mercado tem acaparado muito. Demais. Hai-lhe que devolver o seu protagosnismo às outras formas de gestão das necessidades humanas. Por que esses serviços tenhem que ser feitos por empresas que fam negocio quando podem ser serviços prestados por organizações do Bem comum diretamente ou via administrações públicas?

Imaginemos: Wikipédia gestionada como Bem Comum, Portal de Emprego gestionada polo estado…. Buscadores, Redes Sociais, “Amazóns” (de base local, nacional, estatal, europeia…) Spotifys... gestionados desde o público e não desde o negoçio.

Uma boa iniciativa do governo, ainda que, como todas as iniciativas importantes vai custar esforço e tempo leva-la a bom fim.

Porque estas iniciativas tampouco se fam da noite a manhã.

Resume: Sociedade Organizada ou Estado a favor do Comum contra o Benefício a toda costa.

Noutras palavras, o Bem Comum contra o Mercado.

Como os cientistas sul-africanos de que falei no post anterior3

Como as Empresas de Energia Municipais que espero comentar no próximo.

domingo, 5 de decembro de 2021

Bens Comuns e castigo à “vigilância genómica” científica.

 

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       Foto: ©Helena Robledo Muíña/2021

Parto da existência de quatro formas clássicas de enfrentar as "Necessidades" nas sociedades humanas.

-Os Mercados, a través da “livre competência”,

-Os Estados (ou administrações), a través do poder,

-As Famílias, a través dos cuidados e a reprodução

-A Gestão dos bens comuns, a través da organização e a regulamentação.

Neste momento existe uma "Necessidade", o combate a pandemia da Covid-19. Nesse combate manifestam-se três desses enfoques. Os Mercados (como Pfeizer e Moderna) os Estados (como a Imposição de medidas sanitárias) e a Gestão dos bens comuns (como os científicos organizados para compartir os seus conhecimentos).

No artigo que reproduzo não se fala exatamente disto, mas si se fala de que “a pandemia destacou que somos uma única comunidade mundial e a nossa resposta política deve refletir essa realidade”. Esse é o Bem comum a defender, a saúde, mediante a loita contra da pandemia desde uma única comunidade mundial.

No artigo si se fala da forma em que os científicos estão a organizar-se para defender esse Bem comum, a “vigilância genómica” mediante “um alto nível de cooperação entre científicos, seguindo protocolos de laboratório padronizados e usando software e bancos de dados compatíveis” em tempo o mais rápido possível, o que se tem que fazer muitas vezes fora do horário de trabalho.

E como se diz no artigo: “Seria um desastre se a resposta global a esta ciência heroicamente aberta recompensasse a bravura com o isolamento”. Se o Estado só pensasse no seu próprio beneficio (mais bem no das persoas que o representam) e não no melhor para todos.

E com os mercados, engado eu, pensando também só nos seus benefícios, uns benefícios que se aproveitam descaradamente das nossas necessidades de vacinas acaparando o trabalho extra desses científicos e o de todos os científicos dos centros públicos, quedando-se com tudo o mérito (e sobre tudo, com as patentes) trás fazer apenas um último esforço, emulando a uns “altisimos ananos em ombros de gigantes”.

O seu “livre mercado” é impor restrições a livre circulação das vacinas, criando assim “escasseza artificial”, uma atuação que, a maiores, está no cerne da aparição destas variedades.


Enlace: https://www.eldiario.es/internacional/theguardian/cientificos-detectaron-nueva-variante-merito-hay-asegurarse-no-arrepientan_129_8535652.html


domingo, 18 de xullo de 2021

A carne e o video de Garzón

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Imbatível: Não há dúvida de que o vídeo sobre a carne do ministro Garzón, é imbatível. Apenas 90 euros e uns resultados impressionantes. (Explicam-no-lo aqui 1)

E aqui, por certo, pode-se ver o vídeo.(2)

Um vídeo polêmico, o que fai parte do seu éxito. Criar polêmica era exatamente o que pretendia. Mas essa polêmica quedou, ou tentou-se que queda-se, em uns ataques cheios de tópicos e desqualificações tanto pela direita, sempre disposta a atacar o governo, ainda que não tivesse motivo, e neste caso se os tinham, defender aos seus, aos modelos mais industriais da ganadaría, sobretudo das mais rentáveis, macro-granjas, como pelo sócio governante, o PSOE, entendo que para se diferenciarem-se de UP e também porque no fundo defendem os mesmos sectores gandeiros.

Mas se o intento de evitar a polémica da direita e do PSOE não me surpreende, que a reação dos sindicatos agrários galegos fosse a mesma se o faz. Reagiram como se a campanha fosse uma agressão direta, sem nenhuma matização: (3) 

No entanto, uma análise do vídeo é, em geral, acertado e necessário, ainda que obviamente a sua curta duração tenha deixado matizações por fazer: (4)

De minha parte, creio que há dois temas recorrentes no vídeo. Por uma banda, a necessidade de reduzir o consumo de carne por razões de saúde (evidência científica) e ambientais (evidência científica) e de consumir carne procedente de gandaría mais respeitosa (mais extensiva) contra a menos respeitosa (mais industrial). Outra evidência científica. Temos um exemplo claro nesta reportagem:(5)

Creio, em suma, que os sindicatos agrícolas galegos perderam uma boa oportunidade para entrar na polémica e iniciar um sério debate sobre os meios de produção gandeiros, distanciando-se da ganadeiría mais industrial, como as macro-granjas, defendendo a soberania alimentar (menos contaminante ao eliminar practicamente o transporte) e mesmo às políticas institucionais de defesa da agricultura que, na verdade, defendem outras coisas. Falo, por exemplo, da PAC e das suas grandes limitações, como valoram, precisamente, os sindicatos galegos (6) e como podemos ver nesta análise de uma Euro-deputada do mesmo grupo do ministro (7)

E, finalmente, quero pôr um exemplo de uma resposta que me parece mais correta (falo do tipo de reação, não do conteúdo estrito). Neste artigo a COAG disse: “Também temos claro que se, com toda esta polêmica, os cidadãos começarem a se preocupar por como se produzem os alimentos que se consumem, teremos ganhado muito”. Pois isso. Creio que cumpría aproveitar o vídeo para entrar na polêmica e não limitar-se a oporse. Creio que os nossos sindicatos tinham (têm) muito mais a ganhar.(8)

Ligações

1)https://www.publico.es/politica/guerra-chuleton-polemico-video-carne-garzon-costo-90-euros.html

2) https://mobile.twitter.com/agarzon/status/1412715352325246990

3)https://praza.gal/economia/os-sindicatos-agrarios-galegos-critican-a-garzon-e-piden-diferenciar-entre-granxas-sustentables-e-producion-industrial-de-carne

4) https://www.climatica.lamarea.com/politica-ciencia-carne-garzon/

5)https://www.eldiario.es/internacional/dame-fuego-ver-carne-destruccion-amazonia_130_7257949.html 

6)https://www.nosdiario.gal/articulo/economia/fruga-sindicato-labrego-consideran-inxusta-pac-aprobada-pola-ue/20210628184719124407.html

7)https://www.eldiario.es/euroblog/nueva-pac-chicha-limona_132_8121476.html

8)https://blogs.publico.es/otrasmiradas/50799/lo-que-nos-une-carta-abierta-de-miles-de-familias-ganaderas-a-la-ciudadania/


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